De Joelhos


Todas as Divindades dependem de seus adoradores, bajuladores e tementes.

Todas as Divindades dependem dos sacrifícios e tributos de seus adoradores subservientes

Rituais dos mais diversos tipos, tendo épocas e locais, em muitos casos, bem definidos.

Divindades odeiam outras Divindades.

Muitas dessas Divindades escolhem seus adoradores e determinam a vida e a morte de seus lacaios e quando não são seus adoradores, mandam esses mesmos lacaios extinguir e/ou escravizar esses “enfieis” e “hereges”.

Uma das ameaças a existência dessas Divindades, é a não servidão e perda de fé de seus adoradores.

Mas uma solução para isso é “causar” tragédias e catástrofes, mostrando assim seu “extremo poder” diante da insignificância de seus adoradores.

Com o medo e pânico, o controle sobre seus “bichinhos subservientes” está garantido.

Além do medo, a ignorância sobre a Realidade e Existência é um elemento chave, senão o principal, para a prisão mental de seus adoradores.

Divindades temem ser abandonadas, esquecidas e substituídas por outras Divindades ou pelo pior, pelo conhecimento e a Não Ignorância (sobre a Realidade e Existência) dos seus seguidores cegos.

Divindades não são vistas em nenhum local e em nenhuma dimensão, não são tocadas, não agem diretamente, não são presentes.

Nenhuma das chamadas ou invocações das Divindades, as trazem à luz da visão.

Os delírios e imaginações a descrevem, no máximo. Não estão entre os seus.

Divindades segregam grupos, indivíduos, classes.

Elas “definem” quem será mais valioso que o outro.

Divindades “determinaram” massacres de seus “inimigos e opositores heréticos e infiéis”. Guerras e atrocidades de todos os tipos e níveis foram “ordenadas” pelas Divindades. E assim se cumpriu.

Existem ainda as Divindades que sobreviveram com o decorrer das eras, de serem “mortos” por outras Divindades mais “relevantes”. E seguem as premissas ainda de segregação e ódio, seguindo seu padrão.

Em alguns eventos chamados de catástrofes e pandemias por exemplo, houve quem atribuísse às Divindades o poder de gerar esses eventos.

Os motivos? Punição por desrespeito, não adoração, não bajulação e demais quebras de regras e dogmas que foram “ditadas” por essas Divindades. E assim, seguiram suas vidas, ou o pouco do que restou, reconstruindo o seu pequeno mundo em ruínas.

Esses eventos são cíclicos e muitos deles podem até ser previstos com uma certa precisão e detalhes.

Algo se repete, mesmo com todos os exemplos anteriores, no curtíssimo tempo de existência da História da Humanidade (mas rica em acontecimentos), mas como uma parte da Natureza Humana é de desprezar o que não se conhece (não é só temer o que não se conhece, tem o desprezo também), em evento se repete e com grande poder destrutivo.

Este evento de escala global teve início anunciado, em finais de 2019 e início de 2020 EC, com prenúncio de uns 13 anos antes, (sendo que foi várias vezes alertado dentro desse período de tempo) bem documentado e com recomendações para que pudesse ser evitada o que chamarei de “Pandemic 2k20” (Não importa o nome).

Em uma velocidade altíssima e num curtíssimo espaço de tempo, toda a Terra, de forma global foi atingida.

Nenhuma Divindade teve esse poderio de alcance.

Nenhuma Divindade atingiu tal feito com tamanha precisão, rapidez, publicidade e impacto. Nenhuma Divindade.

Mas qual seria então essa "Nova Divindade" tão poderosa assim, que está “punindo” os humanos? O que os humanos fizeram desta vez? (como se não soubessem, mas não é bem isso, não exatamente).

Essa Divindade tem similaridades com outras mas também possui suas diferenças.

Ela está em quase todos os lugares, é invisível em primeiro momento.

Todos rendem tributos e sacrifícios, mesmo sem saber quais serão.

Abdicam de seu tempo, seu modo de viver, de seus privilégios, de seus corpos, de suas vidas (até mesmo literalmente, contra sua própria vontade, e por mais que tente se agarrar a Vida, lhe é tomada sem nenhuma dificuldade ou remorso, somente indiferença).

Todos acabam por a conhecerem e num primeiro momento até pode “escolher” quem irá punir e quem irá perdoar dessa “punição”, até então não fazer mais distinção, colocando todos no mesmo nível de “condenados” e então “punindo”, com tamanha indiferença que faz inveja a todas as Divindades mencionadas anteriormente.

Vírus, a Divindade da vez, que destronou todas as demais, que não estão à altura desta, uma vez que é muito mais antiga, é presente, toca em seus lacaios e em lacaios de outras Divindades, que impotentes, inertes e incapazes, abandonam seus adoradores.

Vírus, a Divindade que não depende de bajuladores, lacaios, adoradores, hereges e/ou infiéis para agir. Simplesmente age em todos os existentes.

Vírus, a Divindade que não pede permissão nem negocia com outras Divindades, porque simplesmente não necessita se rebaixar a esse nível. Simplesmente age, simplesmente É.

Vírus, aDivindade que coloca (e colocou) de joelhos, desde uma simples bactéria, ignorada pelos Humanos até a mais alta Divindade (seja ela qual for), passando pelos Humanos que se consideram no centro da Existência, mas que são somente mais uma forma biológica.

Vírus, a Divindade que mostra que Humanos, são a sua “imagem e semelhança”. Mas não das Divindades descritas no antigos pergaminhos e sim nas “recentes” descrições de blocos de construção da Vida. Uma semelhança tão estreita entre Humanos e a Divindade Vírus, que esta (a Divindade) está entre os Humanos, mais do que nenhuma outra Divindade jamais esteve, em toda a Existência da Humanidade.

Vírus, a Divindade que sempre esteve entre Humanos e que devido ao descaso, desprezo, ignorância, egoísmo, ganância e demais “qualidades” naturais do Ser Humano, sem intenção nenhuma, simplesmente anda pelo mundo, o mundo que sempre foi dessa Divindade e que encontra em seu caminho, nada além de “Unidades Carbono” ou “Bolsas D’Água”, que não interferem em nada em sua natureza de ser “onipresente” e “onipotente” indo de um lado ao outro sem nenhuma distinção, discriminação ou preconceito de e por quem encontrar pelo caminho. Indiferente à tudo e todos, procede como uma Divindade: Faz O Que Faz, Simplesmente Porquê Pode.


LowCypher Augur
2020-03-20 – 17:43h.
2020-03-21 – 19:22h.

Mario Medeiros - 2020-03-21