Via Láctea, Quadrante Alfa, Setor 001, Planeta Terra, Brasil

Data: 2018

Registro: "Umanuz", Democracia, negacionismo, criacionismo e afins

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Após uma das mais conturbadas eleições (senão a mais conturbada), o Brasil escolheu seus novos “representantes”, que são Senadores, Deputados, Governadores e Presidente. Em situações especiais, alguns Prefeitos.

Até aí, nada de mais.

A coisa começa ficar interessante quando se tem uma diversidade (e o mais curioso sobre a questão diversidade, tentarei discorrer sobre isso depois, no final do texto) de partidos políticos, vieses ideológicos e porque não, pessoas esdrúxulas, em muitos casos. Novamente, nada de mais.

Tá bom, vamos piorar a coisa.

Os escolhidos para “liderarem” a nação e subsequentemente, o povo, o cidadão ou “cidadão de bem” (sem sentido essa definição, mas usaram e usam muito isso, vai entender), conquistaram a confiança dos eleitores, com base nas afirmações de que mudariam o “Status Quo” dos governos anteriores e blá blá blá. Então estão dispostos mesmo a mudarem, mas com alguns pequenos contratempos, ou melhor, com muitos problemas que vão de encontro ao pensamento racional, coletivo e até mesmo humanitário. Alguns pontos deixarei de lado por ser de extrema complexidade e que até hoje, devido a incapacidade e incompetência humana, não estão nem ao menos ajustados, que são as questões referente às ciências humanas e sociais. Tentarei focar mais em outras áreas. Quem quiser pesquisar, debater e discorrer sobre assuntos de “humanas”, boa sorte. Vai precisar.

As falas de todos os apoiadores do futuro presidente e seus aliados, é que se manterá a democracia, liberdade e blá blá blá. Mesmo com muitas de suas declarações deste futuro presidente no decorrer de sua carreira, antes e depois de sua candidatura, serem no mínimo incompatíveis com o que uma pessoa/cidadão comum falaria, para um parlamentar então, mais incompatível ainda, conseguiu conquistar muitos seguidores e que foram aumentando em quantidade. Em qualidade? Questionável.

Vamos então ao ponto, o que fiz acima, foi mais para preencher espaço com coisas que muitos já perceberam.

Os futuros membros da equipe de governo do futuro presidente, são pessoas no mínimo, estranhas e divergentes no que diz respeito à Realidade, sendo até mesmo, contrárias entre si.

Esse pessoal, em boa parte, está embasado com “conhecimentos” sólidos em Negacionismo, Criacionismo, Pseudociências, afins e outros vieses ideológicos que colocam em risco, num nível gravíssimo, toda e qualquer base de Conhecimento Científico. Seja em Exatas, Biológica, Humanas e/ou outras, que são norteadas com critérios bem estabelecidos, em métodos científicos e afins.

Conseguem com uma facilidade enorme, ignorar partes e até mesmo toda, a Constituição brasileira, a Constituição da República Federativa do Brasil.

Um exemplo? Tá bom, lá vai:

“Deus acima de tudo. Não tem essa historinha de Estado laico não. O Estado é cristão e a minoria que for contra, que se mude. As minorias têm que se curvar para as maiorias”. (1)

Disse o futuro presidente, que na época, por volta de Fev/2017 se eu não estiver errado, era ainda pré-candidato.

Não me aprofundei na pesquisa de data. Mas uma busca rápida na internet e encontra-se as referências mais detalhadas.

Uma fala dessas, vinda de um cidadão comum, é de causar uma estranheza, mas vinda de um parlamentar (na época era também Deputado), é muito mais grave. A questão aqui não é defender ser algo de “Esquerda” ou “Direita”. Essa questão de qual lado é o que, não é o caso aqui, uma vez que laicidade independe de viés, como dizem, politico/ideológico. É uma questão de tratamento e comportamento individual/coletivo da humanidade. Simples.

Quando se ignora, esquece fatos e criam falsas memórias de forma individual, já se causa danos graves. Pensem então em escala coletiva. Muito pior.

Um exemplo que pode parecer bobo, bem inofensivo é o que aconteceu em Mato Grosso do Sul, em 02 de Outubro de 2018, este ano (a fonte de uma notícia, está no final do texto).

A Assembléia Legislativa do MS, homenageou Urandir Fernandes de Oliveira que com seu grupo “científico” CTZ (Centro Tecnológico Zigurats), junto com outros grupos de diversos países, comprovariam que o planeta não é esférico, ou seja, que a Terra não é redonda.(2)

Uma maravilha isso. São iletrados em Ciências (e talvez no mais básico também) em cargos importantes de uma sociedade civilizada, que passou da idade do bronze (era o que parecia ser, mas …) homenageando outros indivíduos que por má interpretação da Ciência ou no pior dos casos, desonestidade mesmo, promovem absurdos, para obter autopromoção e lucro de todo tipo.

Existem vários exemplos de pessoas e grupos “anti-ciência” e “anti-realidade”.

Qualquer pesquisa básica na Internet, retorna inúmeros sites e documentos sobre todo tipo de absurdos “conspiracionistas”. Dá gosto de ver como a espécie humana vem decaindo nos últimos 70 anos, mais ou menos. Não é só Brasil que tem essas pérolas, mas talvez (eu não pesquisei em outros locais para não surtar de vez) seja o único que tenha membros de grupos esdrúxulos sendo homenageados pelo Estado, incentivando e disseminando mais e mais absurdos como esses.

Tá bom, tá bom. Alguém pode reclamar que opiniões e crenças devem ser respeitadas, que vivemos num país democrático e blá blá blá. Preste atenção: não é assim que funciona a realidade. Pessoas sim, devem ser respeitadas. Idéias, opiniões e crenças, não necessariamente. Óbvio que não se deve incitar nem promover o ataque violento ou agressivo à idéias, crenças e opiniões. Mas devem ser avaliadas, pesadas e se estiverem fora da realidade, serem descartadas, com um bom e belo embasamento técnico e argumentativo. Nada de achismos ou interpretações grosseiramente equivocadas sobre fatos e a realidade. Algo que se acredita ser de determinada forma deve ser averiguada e analisada para que se possa ter a clareza total ou a mais próxima da verdade e realidade.

Questões sobre crenças religiosas e similares, devem ser respeitadas sim, com certeza. Mas essas mesmas crenças religiosas e similares, devem respeitar os espaços da sociedade. Não se deve tratar algo que é cunho pessoal e intransferível como sendo coletivo. No caso, a religião. Tá, tá!! Vão dizer que religião é coletivo e tals.

Vamos lá: as questões religiosas são percebidas e sentidas de forma individual/pessoal. Até aí, nada de especial. Essa percepção passa a ser compartilhada com o próximo indivíduo e assim por diante, chegando a montar o coletivo, onde há uma identidade de grupo. Nada de mais, novamente. Isso, penso eu, as pessoas já deveriam saber. Agora, quando um dos indivíduos percebe ou sente a religiosidade de forma diferente desse grupo, é que a coisa fica complicada. O grupo vai forçar esse indivíduo a se “enquadrar” com o todo, forçosamente se for preciso, com a sua “religião”.

Com o decorrer dos milênios e de muitas civilizações, percebeu-se que não é muito adequado esse comportamento de forçar um indivíduo a se enquadrar ao coletivo. Claro que ainda existem pessoas, grupos e sociedades primitivas e atrasadas que ainda não entenderam isso. Talvez o Brasil não seja assim.

Essa clareza sobre indivíduo e coletivo, está começando a se perder em vários níveis da sociedade.

Ser democrático ou tolerante tem seus limites para que não tenhamos que conviver com costumes ou comportamentos grosseiros ou até mesmo primitivos, apelando para a desculpa ou até mesmo a justificativa de que é uma forma de expressão cultural ou liberdade de expressão. Deixando que comportamentos Intolerantes sejam tolerados. Mas aí é outra discussão. Deixa para outra oportunidade.

Vamos piorar as coisas, que andam muito tranquilas. Vamos lá:

General Aléssio Ribeiro Souto, que elabora propostas para o Ministério de Educação de um eventual governo de Jair Bolsonaro (PSL), defendeu o ensino do criacionismo nas escolas públicas.

“Cabe citar o criacionismo, o darwinismo, mas não cabe querer tratar que criacionismo não existe”, disse o militar. O criacionismo é a crença religiosa de que a humanidade, a vida, a Terra e o universo são a criação de um agente sobrenatural, de Deus, e hoje está vinculado à questão religiosa. No currículo escolar atual não consta o criacionismo, fala-se da Teoria da Evolução, que tem base científica nos trabalhos de Charles Darwin.

“A questão toda é que muito da escola na atualidade está voltada para a orientação ideológica, tenta convencer de aspectos políticos e até religiosos. Houve Darwin? Houve, temos de conhecê-lo. Não é para concordar, tem de saber que existiu”, diz o general. (3)

Esse nível de Conhecimento Científico é assustador. Misturar duas áreas distintas como sendo duas de mesmo tipo, e pior, como se fossem com base em crenças as duas, sendo que somente uma delas é, coloca tudo a perder. Então vamos ao criacionismo sim, mas qual? Existem vários deles, qual é o certo e absoluto como palavra final? Alguém ai se arrisca a defender com a própria vida um lado? Sim, tem e muitos. Lindo isso. Mais lindo ainda o resultado que foram todas as guerras religiosas. Talvez seja necessário mais algumas novamente? Não duvido que muitos pensem assim.

Certos assuntos, crenças, opiniões, que são tratadas de forma pessoal numa conversa informal e com grupos muito pequenos, mesmo sendo absurdos, tem um nível de criticidade.

Quando isso extrapola esse meio e avança como sendo um modelo de pensamento coletivo, esse nível de criticidade tem uma projeção geométrica e se expande rápido.

Por se tratar de coisas fantasiosas, distorcidas, equivocadas e até mesmo exageradas, isso atrai mais ainda o interesse das pessoas, que por terem pouco ou até mesmo, nenhum conhecimento sobre assuntos científicos, essas mesmas pessoas ignoram a realidade e adotam as fantasias como sendo reais.

Ter membros da sociedade que fazem parte de governos, empresas, mídias e como dizem, formadores de opinião, isso fica muito mais grave, uma vez que não se consegue desfazer o estrago da influência desses membros sobre as pessoas e a sociedade como um todo.

Novamente eu fui redundante em muitas das falas, mas serve ou deveria servir, para reforçar sobre essa situação em que tanto o país, como o mundo também, pode embarcar. Talvez não chegue a ter uma nova Idade das Trevas. Não sou pessimista assim. Podemos voltar a Idade das Pedras mesmo e isso é ser realista, uma vez que o Conhecimento Científico pode ser definido por pessoas que não sabem nada sobre Ciências, em pouco tempo, até mesmo uma simples infecção feita por uma pancada no dedinho do pé, no canto do móvel da sala, poderia causar uma gangrena e levar o indivíduo a amputação de parte do membro e posteriormente uma morte por falta de recursos básicos, não é bem um cenário tão fantasioso ou distante assim. Basta querer pagar para ver e aí por não ter saldo suficiente para isso, lhes custarão os “olhos da cara”.

Sobre a questão de diversidade


O conceito de diversidade é amplo, ou seja, é bem diverso.

Mas vamos tentar focar em uns poucos, para facilitar o entendimento.

Por princípio temos a diversidade biológica, que podemos dar uma breve definição assim:

Diversidade Biológica ou Biodiversidade, pode ser definida como a variabilidade entre os seres vivos de todas as origens, a terrestre, a marinha e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos dos quais fazem parte. Essa variabilidade aparece apenas como resultado da natureza em si, sem sofrer intervenção humana. Assim, ela pode variar de acordo com as diferentes regiões ecológicas. Refere-se, portanto, à variedade de vida no planeta Terra, incluindo a variedade genética dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da flora, da fauna, de fungos microscópicos e de microrganismos a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a variedade de comunidades, habitats e ecossistemas formados pelos organismos. (4)

Posteriomente temos então a Diversidade Cultural:

Em sociologia, diversidade cultural diz respeito à existência de uma grande variedade de culturas antrópicas. Há vários tipos de manifestações culturais que nos revelam essa variedade, tais como: a linguagem, danças, vestuário, religião e outras tradições como a organização da sociedade. A diversidade cultural é algo associado à dinâmica do processo aceitativo da sociedade. Pessoas que por algumas razões decidem pautar suas vidas por normas pré-estabelecidas tendem a esquecer suas próprias idiossincrasias (mistura de culturas). Em outras palavras, o todo vigente se impõe às necessidades individuais. O denominado "status quo" deflagra natural e espontaneamente, e como diria Hegel, num processo dialético, a adequação significativa do ser ao meio. A cultura insere o indivíduo num meio social. O termo diversidade diz respeito à variedade e convivência de ideias, características ou elementos diferentes entre si, em determinado assunto, situação ou ambiente. Cultura (do latim cultura, cultivar o solo, cuidar) é um termo com várias acepções, em diferentes níveis de profundidade e diferente capacidade de agir. São práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço/tempo. Se refere a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e "preenchem" a sociedade. Explica e dá sentido a cosmologia social, é a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período. (5)

Temos também outro conceito, que apesar de alguns acharem que é somente uma mera hipótese por ter sido difundida pela série de Ficção Científica, Star Trek, não deveria ser levada em consideração e blá blá blá. Tudo bem que muitos nem se interessam por esse tema, mas os conceitos utilizados na série são atuais e relevantes.

Em específico, estou me referindo à Filosofia Vulcana do Kol-Ut-Shan (em Vulcano) ou I.D.I.C. (em Inglês), que significa Infinitas Diversidades em Infinitas Combinações.

As referências estarão no final da página para quem quiser ler um pouco sobre isso. Entendo que não querer ter para si próprio contato com Diversidades é uma decisão pessoal e portanto deve ficar nesse mesmo ponto, o pessoal. Não deve nunca passar para o coletivo ou grupo e que esse indivíduo que optou em rejeitar a Diversidade, deve entender que se essa mesma Diversidade não lhe impede de ter sua liberdade pessoal, não lhe toma nada, não lhe restringe em nada, ou melhor dizendo, "NÃO É DE SUA CONTA", então não deve impedir que a Diversidade exista. Mas essa é uma questão que fica melhor discutida em Ciências Humanas, que tem melhores documentos e registros para essas discussões.

Fontes:

(1) Sobre a fala do futuro presidente do Brasil:

(2) Sobre a Terra Convexa e Assembléia Legislativa do MS:

(3) Sobre as declarações do General Aléssio Ribeiro Souto

Abaixo, site sobre criacionismo, onde defende o ensino criacionista nas escolas e declaração do general.

Criacionismo Nas Escolas

Declaração do General



Links de Referências sobre Diversidades

(4) BioDiversidade ou Diversidade Biológica

(5) Diversidade Cultura


Alguns Links Sobre o I.D.I.C.:

I.D.I.C

Filosofia I.D.I.C. Em Star Trek

Era Spock Um Estóico?

Autor David Mack Defende O Significado De I.D.I.C.



Mario Medeiros- 2018-10-30 - 17:00h.