E entre tantas situações esdrúxulas que presenciamos, uma delas me chama atenção há algum tempo. No começo não prestei muito a atenção, talvez por eu ser meio desligado em observar o comportamento das pessoas detalhadamente ou porque não me importo com certos detalhes mesmo.
Mas a questão aqui é sobre a palavra “ajuda” e suas variantes, de acordo com que cada indivíduo entende sobre esta palavra com suas sutis variantes.
Deve acontecer em várias outras áreas de atuação, mas vou me ater numa em específico. Tecnologia da Informação.
Tudo bem que esta área é muito ampla com suas ramificações e tudo o mais. O interessante é justamente isso, por ser bastante ampla, as pessoas que utilizam a tecnologia, mas não a fazem, executam ou criam essa tecnologia, tendem a “achar” que é tudo feito do nada ou surge como uma mágica, magia negra ou bruxaria.
Quando existe uma dificuldade, algo que não saiu como esperado, ou até mesmo projetos complexos a serem discutidos, entra a palavra “ajuda”.
Exemplo:
chama o “carinha do computador” que ele vai te “ajudar”.
O “carinha do computador” é na verdade o profissional qualificado em T.I. (Tecnologia da Informação), que estudou por muito tempo, tem uma experiência ampla tanto em criar novos facilitadores, quanto em resolver problemas dos que já estão em produção.
Agregado ao fato de existirem “especialistas em T.I.” (técnicas imbecis, como mencionei há alguns dias) em grande quantidade e os suários de sistemas e tecnologias, “acharem” quem tudo é fácil, é só clicar e pronto, os profissionais sérios não são reconhecidos e invarialvelmente são tratados como o impecilho principal para que as coisas funcionem. Se algo dá errado, a culpa é do profissional de T.I. (Tecnologia da Informação) que não quis fazer de forma rápida.
O que é rápido para o usuário mortal ou o “especialista”, na verdade é a forma porca, imbecil e com todos os riscos de danos inerentes aos descumprimentos de normas, boas práticas e de planejamento, que é sim, muito importante no desenvolvimento de softwares, sistemas, de projetos em qualquer área, principalmente em Tecnologia da Informação.
Agora o “ajudar” dos meros mortais em T.I. (Tecnologia da Informação) significa que o profissional qualificado vai servir de mero “ajudante geral” para que o “especialista” execute o trabalho. O que realmente acontece é que o profissional acaba por executar todas as etapas do projeto, criando, executando, corrigindo, porque o “especialista” não faz a menor idéia do que está acontecendo e quanto tem um pouco de visão sobre algo, as vezes é sobre como tirar vantagem e se destacar fazendo seu “marketing pessoal”.
Para o profissional o importante e relevante é concluir o desenvolvimento do projeto e não se preocupar com a “operação marketeiro” como o “especialista”.
Muitos projetos interessantes acabam por serem extremamente caros, dispendiosos desde a concepção até a sua manutenção durante a produção, porque estes “especialistas” e usuários consideraram que tudo é fácil, é só apertar um botão, puxar um “fiozinho” aqui e outro alí. Outra técnica muito utilizada é o “vai fazendo aí que o que não funcionar a gente resolve depois, durante a produção”. Muito comum nos projetos atuais, onde só existem os “especialistas”.
Existe também uma questão filosófica envolvida nessa situação.
No meio tecnológico, existem no mínimo dois pensamentos que podem fazer toda a diferença entre o sucesso e o fracasso do projeto ou do desenvolvimento em si.
O universo (e porque não, multiverso) do OpenSource ou o “mundinho” das patentes e software proprietário.
No primeiro caso a base é que todo o conhecimento seja universal e acessivel a todos, mas o custo disso é que o indivíduo tem que realmente dominar o conhecimento e técnicas. O que leva tempo, vontade do indivíduo em aprender de forma universal, não se prendendo à ferramentas específicas e sim à técnicas diversas, conceitos e visão ampla dos ambientes em que está envolvido.
No segundo caso, o que importa é o quanto você obtém de lucro. Não só financeiramente, mas também em autopromoção, marketing e etc. O indivíduo é levado a aprender sobre licenças e patentes que engessam o desenvolvimento de forma geral. Fica preso a uso de ferramentas específicas, não sabendo executar o trabalho de outra forma ou sem as suas valiosas ferramentas. A grosso modo é: mudou a cor da grama, o burro morre de fome.
Com isso o projeto e/ou o desenvolvimento tem alto custo operacional e fica preso a um grupo pequeno de “especialistas” que qualquer tipo de problema, encontra as desculpas mais inventivas para que haja mais custos, muito disso, porque eles mesmos não sabem como resolver os problemas, que invariavelmente foram eles mesmos que criaram.
A decisão tomada vai interferir e muito em sua vida pessoal e profissional, e portanto deve-se avaliar qual é a melhor ou a menos danosa, uma vez que em muitas situações poderá bater de frente com vários desses “especialistas” que mesmo sendo imbecis e medíocres, possuem um apoio e suporte de pessoas que estão politicamente melhor “escorado” do que você.
O que fazer nesses casos então? Há várias “soluções” para isso. Desde deixar se ser um profissional qualificado e se entregar à mediocridade, até ser o mais fiel a si mesmo e não permitindo que seja rebaixado ao mero “ajudante geral” em projetos de T.I. (Tecnologia da Informação).
O que realmente importa é a paz mental que poderá lhe trazer com essa decisão.
2015-05-02