Face ao novo e inesperado
É um renascer, um despertar
Face ao desconhecido
Um medo gélido e paralisante
O previsível é obsoleto
Visões de um futuro passado
Existir num presente morto
Existir num presente enterrado
Das cinzas não se volta
Das cinzas não se revive
Morremos e nascemos
Nascemos e morremos
Um ciclo infindável
Nos limites da vida e morte
Cada segundo é previsto
Cada segundo é sorte
Gritos e sussurros
São iguais no vazio
No vazio do universo
No vazio da alma
Lágrimas e mais lágrimas
Sangue e mais sangue
Não caem, não saem
O corpo não sente
O corpo foge da mente
O desejo de voltar
O desejo de ficar
O medo de ir
O medo de cair
No último momento
O despertar de um delírio
O despertar da agonia
Acordar de uma profunda lucidez
O tempo à sua volta
Sufoca suas esperanças
O tempo ao seu redor
Desfaz suas alianças
Sozinho e na penumbra
Uma certeza tétrica
O final que vislumbra
Não existe nenhuma métrica
Em que possas se agarrar
Em que possas se amparar
Queda livre na inexistência
Uma punição sem clemência
O vazio lhe preenche
Até se tornar novamente um vazio
E seus gritos e sussurros
Nunca serão ouvidos
Nunca serão atendidos
Nunca serão percebidos
Lowcypher Augur
2014-11-25 08:55h.