LXXV - Fantasmas



Fantasmas de corpos inertes

Letárgicos e estáticos

Na profunda escuridão

Na profunda penumbra


Navegando até a mais nítida das trevas

Drenado de seu existir

Dor, sofrimento e lágrimas são o acalento da alma


Olhos por todos os lados

Observam e seguem

A todos os cantos


Condenando é julgando

Vigiando e sabendo

De tudo que é feito e desfeito


A queda é cada vez mais rápida

Uma queda mais e mais profunda

Num mar de culpa e ódio

Num mar de lamentações e remorsos


Nada onde segurar

Nada em que se apegar


Somente seu próprio ser é sentido

Sentido como um vazio

Somente seu próprio ser é palpável

Palpável como um pensamento


Os toques dos ventos ácidos

Trespassam sua alma

Os toques das gotas cortantes

Percorrem sua mente


Uma fuga, sem direção

Um escape, sem sentido

Esvair da alma que está ausente

Drenagem da vida que não está presente


Não há mais noite

Não há mais dia

Não há começo

Não há fim

Tempo imóvel


Lowcypher Augur

2014-11-26 22:11h