LXIV - Parasita



Estabeleça monumentos para seus deuses

Promova as trevas, para somente depois, levar a luz


Aprisione as almas incitando o ódio e o pecado

Ódio a si próprio e com pecados que nunca existiram


Mostre a verdade única e absoluta de uma realidade distorcida

Mas antes destrua a vontade, a individualidade e o querer conhecer


Leve o domínio e o medo em detrimento da liberdade.

Dê a certeza de que o medo e subserviência são as únicas saídas.


Elimine tudo o leve à questionar as certezas com novas perguntas.

Certezas estabelecidas e as únicas que existem.


Leve o desespero, a dor, o sofrimento em cada canto

Matando a fraqueza do indivíduo em querer saber de sua existência


Leve dúvida e depois mostre as suas certezas

Para que sejas o único que as possui e pode conceder-lhes uma parcela delas.


Construa seu reino, seu domínio, com o sangue, suor, desespero, medo, solidão e sofrimento alheios

Seja o dono de almas e o senhor das mentes sem rumo


Drene a vida de tudo que lhe pedir ajuda

Exaure todo o tonus vitae de almas desesperadas, agonizantes e gritantes por conforto


Seja o maior de todos os parasitas que puder ser, pois somente assim, nesse seu mundo de escuridão e vazio, não serás consumido pela sua própria existência, dor, medo, sofrimento e desespero.



LowCypher Augur

2014-10-01 08:30h